Nunca te aconteceu ir pela rua e ao chegar a casa, ter a sensação de que uma quantidade enorme de pessoas passou por ti...e em ti não se
passou nada?
“La vida es bella e interesante
por sus dificultades, debilidades, gozos y maravillas que nos va poniendo
delante de los ojos, manos y mente...” (escrevia outro anónimo) e acaba
por ser interessante quando vais atento/a, sensível ao teu dia, às dezenas de
rostos que passam por ti e é nesse preciso momento em que se olham ou dizem um
“bom dia” que se cruzam os caminhos um do outro.
Hoje foi um desses dias em que tentei prestar
atenção. Não aconteceram coisas espetaculares mas,
talvez por serem as mais simples, fizeram deste dia uma autentica surpresa.
Fiz o percurso dos últimos dias; estação de
metro da Luz até ao Pombal...no metro, um jovem casal
trocava entre si um olhar feliz, brilhante e a jovem apertava nas suas mãos um
teste de gravidez, e assim ficaram todo o tempo (pelo menos até eu sair) no seu
silencio ruidoso da linha azul do metro de Lisboa. Mais tarde, passei pelo
Eduardo VII, aproveitei para sentar-me à sombra de uma árvore e observar dois
miúdos que jogavam à bola. Dois que não demoram nada em multiplicarem-se, a
formarem duas equipas de futebol e a improvisar umas balizas com as suas
mochilas.
Coisas que passam todos os dias mas que hoje me levaram a pensar que na minha vida as
decisões que tomei nem sempre foram autónomas e cheias
de sentido; faço-me consciente de que esse sentido foi-me proporcionado por
todas aquelas pessoas que se cruzaram, relacionaram e viveram comigo.
TENHO O CORAÇÃO CHEIO DE NOMES!!!
Entre pessoas que passam pela vida e deixam
algo em ti, às vezes um mero mas não menos agradável “bom
dia”; outras vezes pessoas que assinam o seu nome no teu coração de tal forma
que é impossível esquecê-las...viajamos entre cruzamentos constantes em que
PARTILHAR o nosso próprio caminho torna-se uma necessidade e só nos resta
agradecer por todas as oportunidades que nos foram dadas para viver.
E...
Em palavras que já
dava como perdidas pelo tempo,
Entre todos os pontos
que estavam fora lugar,
Entre olhares cruzados
sem razão,
Toques e sensações
buscadas...
Volto a esta encruzilhada cheia de dúvidas,
dor, alegria, esperança...cheia de pessoas e caminhos
com os quais decidi partir à aventura, enfrentar os meus medos e partilhar aquilo que de melhor e pior eu sou.
Quantas vezes paramos a pensar naquilo (em) que
vivemos?
Pelo menos naquilo que dizemos? Ou nos “n” sentimentos
com que surgem ao longo do dia?
Paremos nesta pergunta...
Sou capaz de parar para caminhar?
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