Dois anos depois, a minha vida mudou completamente: fui para Salamanca e encontrei uma vida marista mais real (no sentido em que tinha mais participação na vida comunitária e numa obra, o colégio Champagnat). Tive que adaptar-me em muitos aspectos, mas consegui e foi um ano com uma experiencia magnífica. No postulantado fiz alguns estudos de teologia, aprendi espanhol com o melhor professor possível, trabalhei com a MarCha e com “los niños del cole”. Foram tempos que me animaram muito no meu caminho.
Quando já pensava que conhecia muito da vida marista, chego ao noviciado, em Sevilha, e encontro coisas que nunca pensei que existiam. Aqui respiramos um “ar marista”. Tenho muito trabalho, mas, à medida que me vão mostrando cartas do Padre Champagnat, documentos do Instituto e experiencias de vida, cada vez sinto mais entusiasmo. Não estou com a minha família, nem estou com a primeira comunidade marista que conheci, não posso falar a minha língua, nem estou no meu país. Também não tenho aqui nenhum amigo de infância, até pelo contrário, conheci-os todos há pouco mais de um mês… Mas posso dizer que me sinto em casa e em família. E, o mais importante, estou feliz! (Na fotografia: a comunidade do noviciado. Da esquerda para a direita está: Fernando Hinojal, Pietro Sto, Pere Ferré, Stefano Divino e Jaime Barbosa.)
Gostei muito de encontrar em Vouzela, na profissão do Ir. Rui, tantos irmãos de Espanha e da MarCha. E, claro está, de voltar a ver tanta gente conhecida e passar por lugares que são para mim muito familiares, Salamanca e Vouzela.
No dia 28 de Outubro fiz a minha entrada canónica no Noviciado. Convidamos a comunidade de irmãos do colégio de Sevilha, fizemos uma pequena oração e recebi as Constituições em português, das mãos do mestre de noviços, HH. Pere Ferré.
Muito obrigado a todos os irmãos e amigos que me têm acompanhado. Pela minha pequena experiencia, vale a pensar profundamente na vocação marista. Vale a pena ser Marista e seguir Jesus Cristo.
Um abraço cordial a todos os que me acompanharam durante todos estes anos e me deram força, irmãos, amigos, juvenistas, amigos da MarCha e colegas de escola.
Jaime Barbosa